E se tentarmos?

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Eu tinha reclamado!


E não era com 45.000€ que me calavam! Começando do início: um artista de naturalidade alemã, de seu nome Gustav Metzger, já com 80 primaveras contadas, criou o conceito de “arte auto-destrutiva”, o que só por si é brutal, pois se as suas obras de arte forem realmente más, não temos de “gramar” com elas muito tempo, porque se autodestroem. Até aqui, só posso concordar! Então imagine-se que numa exposição, que teve lugar na galeria de arte Tate Britain (que pelo nome vê-se que só pode ser chique), a empregada da limpeza, essa desgraçada, confundiu a obra de arte deste senhor, que consistia num saco de lixo cheio de recortes de jornais, cartão e pedaços de papel, repito, confundiu a obra de arte com… um saco de lixo! A ignorante! Como é que alguém pode confundir um saco de lixo com um saco de lixo?! Felizmente que a Fundação Paul Hamlyn de Artes Visuais reconheceu o valor do lixo, ai, peço desculpa, da arte do senhor Gustav, e atribui-lhe um prémio no valor de 30.000£ (que é mais ou menos 45.000€). O que eu acho muito bem. Só tenho pena que os senhores desta fundação não venham cá casa, pois produzimos uma média de dois sacos de obras de arte por dia, e a esta média, ao fim de um ano, estávamos ricos, eheheheheheheh!
Assinalado na imagem, pode-se ver a obra de arte que foi confundida com um saco de lixo...

segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Que bom "estarmos presos"...

Dedicado a todos a quem me considero "preso" (se enfias a carapuça, então também é para ti!!)
Foi então que apareceu a raposa.
- Bom dia - disse a raposa.
- Bom dia - respondeu cortesmente o principezinho, que se voltou e nada viu.
- Estou aqui - disse a voz -, debaixo da macieira…
- Quem és tu? - perguntou o principezinho - és muito linda.
- Sou uma raposa - respondeu a raposa.
- Anda brincar comigo - propôs o principezinho - Estou tão triste…
- Não posso brincar contigo - respondeu a raposa - Não estou presa.
- Ah!, desculpa… - disse o principezinho.
Mas, depois de reflectir, continuou:
- Que significa “estar preso”?
- Tu não és de cá - observou a raposa - de que andas à procura?
- Ando à procura dos homens - respondeu o principezinho - Que significa “estar preso”?
- Os homens - explicou a raposa - têm espingardas e andam à caça. É muito aborrecido! E também criam galinhas. É só o que lhes interessa. Andas à procura de galinhas?
- Não - respondeu o principezinho - ando à procura de amigos. Que significa “estar preso”?
- É uma coisa demasiado esquecida - explicou a raposa - Significa “ter relações de proximidade”.
- Ter relações de proximidade?
- Sim - confirmou a raposa - Para mim, tu não passas de um rapazito semelhante a cem mil outros rapazitos. Não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Para ti, eu sou uma raposa semelhante a cem mil raposas. Mas se estivermos presos, precisaremos um do outro. Tu serás, para mim, único no mundo. E eu serei, para ti, única no mundo…
- Começo a compreender… - disse o principezinho.
Saint-Exupéry