E se tentarmos?

quinta-feira, 26 de junho de 2008


quarta-feira, 25 de junho de 2008

Feira do Livro de Queluz


“Terminada que está a Feira do Livro de Lisboa, surge agora outra oportunidade de comprar livros a um preço mais acessível. Até 2 de Julho (nota: teve início a 23 de Junho), o Parque Felício Loureiro (Queluz) acolhe esta feira onde vão marcar presença 23 stands de várias editoras e livrarias.
Verbo, Editorial Presença, Editora Prefácio, Sebenta Editora e Asa Editores são algumas das editoras representadas nesta Feira do Livro, onde os preços serão bem mais apetecíveis.
A Feira do Livro de Queluz vai decorrer de segunda a quinta-feira, das 17H00 às 23H00; sexta-feira das 17H00 às 24H00; sábado e domingo das 15H00 às 24H00.”

in
http://www.cm-sintra.pt/NoticiaDisplay.aspx?ID=4217

Obrigado pela sugestão e pela companhia, coleguinha!! Adorei!!

terça-feira, 24 de junho de 2008

Que bom saber-te desse lado...

Vim aqui de fugida apenas para te dizer que fiquei muito feliz por saber que te fiz sorrir, Fly. Para quando o próximo pequeno-almoço? E vá, já sei, desta vez não comerei em casa antes...

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Uma história de sempre, do livro que estou a ler

“Em poucas palavras se conta, e aqui a vamos deixar para ilustração das novas gerações que a desconhecem, com a esperança de que não trocem dela por ingénua e sentimental. Atenção, pois, à lição de moral. Era uma vez, no antigo país das fábulas, uma família em que havia um pai, uma mãe, um avô que era pai do pai e aquela já mencionada criança de oito anos, um rapazinho. Ora sucedia que o avô já tinha muita idade, por isso tremiam-lhe as mãos e deixava cair a comida da boca quando estavam à mesa, o que causava grande irritação ao filho e à nora, sempre a dizerem-lhe que tivesse cuidado com o que fazia, mas o pobre velho, por mais que quisesse, não conseguia conter as tremuras, pior ainda se lhe ralhavam, e o resultado era estar sempre a sujar a toalha ou a deixar cair comida ao chão, para já não falar do guardanapo que lhe atavam ao pescoço e que era preciso mudar-lhe três vezes ao dia, ao almoço, ao jantar e à ceia. Estavam as coisas neste pé e sem nenhuma expectativa de melhora quando o filho resolveu acabar com a desagradável situação. Apareceu em casa com uma tigela de madeira e disse ao pai, A partir de hoje começará a comer daqui, senta-se na soleira da porta porque é mais fácil de limpar e assim já a sua nora não terá de preocupar-se com tantas toalhas e tantos guardanapos sujos. E assim foi. Almoço, jantar e ceia, o velho sentado sozinho na soleira da porta, levando a comida à boca conforme lhe era possível, metade perdia-se no caminho, uma parte da outra metade escorria-lhe pelo queixo abaixo, não era muito o que lhe descia finalmente pelo que o vulgo chama o canal da sopa. Ao neto parecia não lhe importar o feio tratamento que estavam a dar ao avô, olhava-o, depois olhava para o pai e para a mãe, e continuava a comer como se não tivesse nada que ver com o caso. Até que uma tarde, ao regressar do trabalho, o pai viu o filho a trabalhar com uma navalha um pedaço de madeira e julgou que, como era normal e corrente nessas épocas remotas, estivesse a construir um brinquedo por suas próprias mãos. No dia seguinte, porém, deu-se conta de que não se tratava de um carrinho, pelo menos não se via o sítio onde se lhe pudessem encaixar umas rodas, e então perguntou, Que estás a fazer. O rapaz fingiu que não tinha ouvido e continuou a escavar a madeira com a ponta da navalha, isto passou-se no tempo em que os pais eram menos assustadiços e não corriam a tirar das mãos dos filhos um instrumento de tanta utilidade para a fabricação de brinquedos. Não ouviste, que estás a fazer com esse pau, tornou o pai a perguntar, e o filho, sem levantar a vista da operação, respondeu, Estou a fazer uma tigela para quando o pai for velho e lhe tremerem as mãos, para quando o mandarem comer na soleira da porta, como fizeram ao avô. Foram palavras santas. Caíram as escamas dos olhos do pai, viu a verdade e a sua luz, e no mesmo instante foi pedir perdão ao progenitor e quando chegou a hora da ceia por suas próprias mãos o ajudou a sentar-se na cadeira, por suas próprias mãos lhe levou a colher à boca, por suas próprias mãos lhe limpou suavemente o queixo, porque ainda o podia fazer e o seu querido pai já não.”

in “Intermitências da Morte”, de José Saramago