E se tentarmos?

sábado, 18 de abril de 2009


“Porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos.” Isaías 55: 9

Por vezes queremos condicionar o poder de Deus, inventando por nós próprios, e para nós próprios, respostas e soluções, pedindo seguidamente ao Senhor que as mesmas nos sejam concedidas. Com isto, apenas nos afastamos da bênção, porque quando esta nos é concedida, não a vamos reconhecer como tal, porque apenas esperamos aquilo que pedimos, e não o que o Senhor tem para nós… Assim, a nós, compete-nos apenas entregar tudo, a nossa vida, com todos os nossos problemas, questões, dúvidas, confiar no Senhor, e esperar pela bênção. Esta virá no tempo certo, não quando nós queremos, e ainda que não seja como desejámos, revelar-se-á o melhor para nós. Como me disseram há poucos dias, “não temos de entender tudo, mas temos de entregar tudo”… e quando entregamos tudo, confiando e esperando, entendemos uma grande verdade: o Senhor nunca nos deixa na mão. Pelo contrário, concede-nos tão para além daquilo que desejámos, tão para além daquilo que merecemos, que até nos deixa banzados… ficamos arrebatados com tanto amor, tanto cuidado, um amor e um cuidado sobrenaturais, os quais nem conseguimos apreender, apenas sentir… é o termos desejado algo, e a bênção ser incomparavelmente melhor… dum modo que nos desarma, que nos aconchega o coração para além daquilo que julgávamos ser possível… Como não ficar cheio de amor por este Deus que nos diz: “Porque eu, o Senhor, teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: não temas, que eu te ajudo” (Isaías 41: 13).

Cuando levanto mis manos

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Antideslumbramiento


Os automóveis mais recentes têm espelho retrovisor interior com sistema anti-encandeamento automático (os mais antigos - ou mais humildes, como o meu - têm uma pequena patilha que exerce a mesma função), sistema este que por terras de nuestros hermanos se designa por espejo retrovisor interior antideslumbramiento. Achei tão curioso o termo, por ser tão diferente do nosso, que resolvi pesquisar o significado de ambas as palavras, encandear e deslumbrar:

encandear - cegar, ofuscar, deslumbrar; entontecer; perder momentaneamente a visão, por efeito de uma luz forte.

deslumbrar - ofuscar a vista pela acção de muita luz; maravilhar, assombrar, causar admiração; seduzir, fascinar, perturbar; deixar-se seduzir; fascinar-se.

Nunca tinha visto estas duas palavras como quase sinónimos, e afinal não são assim tão diferentes.

E porque é o encandeamento perigoso, ao ponto de necessitar de equipamentos que o minimizem? Porque ao representar uma perca momentânea da nossa visão, deixa-nos vulneráveis e expostos a potenciais perigos, durante a condução, exercício que requer a nossa máxima atenção.

Ora, é exactamente isto que se passa na nossa vida quando permitimos que os atractivos do mundo nos deslumbrem, nos encandeiem, nos ofusquem… e os atractivos do mundo não são apenas as drogas, o jogo, o sexo ilícito… mas também aquela má-língua em que conscientemente não queremos entrar mas nos sentimos quase magneticamente atraídos a ela, acabando por participar, mesmo sabendo que é errado; aquele flirt que, de tão light, parece não ter nada de errado; aquele conselho que até parecia que estávamos a dar em amor, mas afinal apenas queríamos mostrar o quão espertos somos; tantas pequenas coisas que à primeira vista nos parecem tão inofensivas, tão insignificantes, mas que na verdade nos afastam do caminho que devemos e queremos seguir.

Na realidade, a grande maioria das vezes em que erramos, não o queremos fazer. Mas algo nos encandeou e deslumbrou ao ponto de o fazermos… tantas vezes as situações, as coisas, as pessoas, “brilham” tanto que momentaneamente ficamos com o nosso discernimento afectado, cometendo erros que não cometeríamos se não estivéssemos encandeados, deslumbrados… Aquela má-língua no trabalho que nos deslumbrou por ser tão engraçada, aquele flirt que nos encandeou por ser algo que tão bem nos faz ao ego…

Cabe-nos a nós ver o que é certo, por detrás do deslumbramento, protegendo o nosso discernimento, o nosso entendimento e as nossas emoções…

E se tentarmos?...