E se tentarmos?

terça-feira, 22 de fevereiro de 2005

Os resultados das eleições de dia 20

Nestes dias, todos opinam acerca das eleições, pelo que eu, que sou um invejoso, não quis ficar atrás. Apesar da minha opinião ser muito singela...

Dos resultados, acho que uma ilação há a tirar: muitas pessoas não votaram no PS pelo PS, mas sim para votarem contra o PSD. E isto, só por si, não é censurável, pois o que é um facto é que nem dentro do seu próprio partido o Santana Lopes tinha um apoio incondicional. Todos os pequenos desentendimentos partidários vieram a público, e a instabilidade, ao traspirar para o exterior, contagiou a opinião da maioria. Apesar do número de votos muito inferior ao atingido pelo PS, não se pode dizer que seja injustificável. Assim, só espero que o PS esteja à altura da responsabilidade que lhe foi depositada nas mãos, para o bem de todos, pois o país não está bem, e precisa de medidas eficazes e tomadas com certezas, de pulso firme e sem medo, sob o risco de se afundar ainda mais caso nada de bom seja feito. Se acredito no PS para recuperar o país, sinceramente não, pelos exemplos dos próprios num passado que de tão recente ainda está presente na memória de muitos... se acho que o Sócrates tenha estofo de primeiro-ministro, também não... ainda assim, não quero ser agoirento, porque como português que sou, é também do meu interesse que o PS desempenhe um bom trabalho, pelo que espero que, com a maior brevidade possível, o trabalho desenvolvido pelo PS me faça engolir as minhas próprias palavras. E para que isso aconteça, os meus “pedidos” ao novo Governo são:

- não abafem o processo da Casa Pia por interesses próprios
- não esqueçam as dívidas dos Clubes de futebol ao fisco
- tomem medidas em relação ao não pagamento de impostos por parte da banca
- não acabem com as SCUTS

Quanto ao resto, espero apenas que não desiludam todos quantos votaram PS.

Um nota final: a demissão (não sei se se confirmou ou não!) do Paulo Portas. Já o afirmei, por mais de uma vez, que gostei da sua postura enquanto ministro da defesa, pois desempenhou de forma isenta e profissinal o papel que lhe competia. Por isso, lamento a sua demissão. Ainda assim, devo dizer que assumir os maus resultados (que nem sequer se podem imputar exclusivamente ao ex-líder) e libertar o lugar para que outro possa tentar colocar o CDS-PP no lugar que o próprio gostaria de ter colocado e não conseguiu, revelou alguma humildade e até hombridade, que lhe caiu bem (se foi fingida, que importa? O que não é fingido em política?).