E se tentarmos?

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Para a Carlinha

Na água do mar lavámos algumas das nossas mágoas. Deixámos que as ondas levassem alguns dos nossos problemas. O ardor que sentíamos na alma arrefeceu em contacto com a frescura da água salgada. Se a felicidade está nas pequenas coisas, hoje tivemos um momento de felicidade. Se as energias da natureza nos recarregam e purificam, então recarregámo-nos e purificámo-nos. Se a simples presença de duas almas que se entendem e completam é o suficiente para aclarar os pensamentos, então foi o que se deu.

Se o ser humano se alimenta de energia, e se esta nos é sugada por outros seres ávidos da nossa força e positivismo, bem como é consumida pelas trivialidades da vida moderna e capitalista, antes de chegarmos ao nosso limite negativo, temos de saber parar, apercebermo-nos dos sinais que a nossa alma nos dá (sejam físicos ou psicológicos) e tomarmos as medidas necessárias para contornar o problema. E ao darmos a volta por cima, saímos com as baterias mais fortalecidas do que se nunca nos tivéssemos ido abaixo. Talvez este seja o ensinamento a retirar: ainda que seja básico e quiçá evidente, devemos sempre tentar extrair o melhor de cada situação. E são sempre as negativas que nos ensinam e fortalecem. Devemos encarar os problemas sempre pelo prisma da solução, e ir evoluindo a cada passo, apercebendo-nos sempre do útil e importante e relativizando sempre o acessório.

Empregos, namorados(as), querelas familiares, tudo isto perde valor quando no outro prato da balança está o nosso bem-estar. É fácil ver em qual dos pratos devemos aplicar mais energia. Se o prato do bem-estar estiver bem carregado, faz com que o outro, carregado com os problemas, pareça leve, pelo que esses problemas, que antes pareciam tão graves, serão então vistos pelos olhos poderosos de um herói. Herói, porque olhar a vida nos olhos e fugir do que é trivial, não é para qualquer um.

Eu, por mim, é neste sentido que espero estar a caminhar.