E se tentarmos?

domingo, 13 de dezembro de 2009

A solidão primal


"Nascemos incapazes. Logo que somos plenamente conscientes descobrimos a solidão", escreveu C. S. Lewis. Nascidos solitários, tentamos nos encaixar, ser o tipo de gente que faça outras pessoas gostarem de nós. Devido a essa carência e extrema necessidade de afirmação dos outros, acabamos nos comprometendo - usando qualquer máscara, ou muitas máscaras; fazemos até coisas que não gostamos buscando sermos aceitos. Entortamo-nos (usando outra imagem de Lewis), contorcemo-nos, em direcção à criatura, tentando encontrar nossa identidade nela. Devagar e compulsivamente, o "falso eu" fecha a sua concha dura e quebradiça ao nosso redor, e o que resta é a nossa solidão.
(...) A cura do homem - e a sua solidão - tem a ver com o reconhecimento de si mesmo como criatura, como alguém criado, e olhar para cima e para longe de si mesmo, da auto-adoração para a adoração de Elohim (palavra hebraica que indica a relação de Deus para com o homem como Criador), o Criador de tudo que existe: tempo, espaço, matéria, e de minha pessoa. É nessa adoração que nossa face única e verdadeira aprarece, afastando as outras velhas e falsas máscaras. É nesse relacionamento aberto de conversar (falar e ouvir) com Deus que nosso ser verdadeiro rompe a casca do "falso eu" e as nossas velhas amarras e compulsões se quebram.
Leanne Payne

1 Comments:

  • Somos solitários porque construímos muros em vez de pontes...
    Usamos máscaras porque temos medo de sermos nós e sermos rejeitados por isso mesmo, porque valorizamos mais as qualidades dos outros que as nossas próprias, admiramos quem nos rodeia e não reconhecemos que também nós temos qualidades, que também nós somos queridos. Se fossemos mais vezes nós próprios talvez ficássemos surpreendidos por sermos tão queridos e tão amados pelo que realmente somos. Como alguém disse: atraímos corações pelas qualidades que demonstramos, mas os retemos pelas qualidades que possuímos.
    Se Aquele que nos conhece até ao mais profundo do nosso ser nos ama, porque não também nós nos amarmos e deixarmo-nos ser conhecidos e amados por quem nos rodeia?
    Que tenhamos coragem de sermos quem realmente somos, sem máscaras e sem medos...

    By Anonymous Anónimo, at 14 de dezembro de 2009 às 16:01  

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