E se tentarmos?

sexta-feira, 21 de janeiro de 2005

Irresistível!!

Hoje li uma notícia*, que para além de ser divertida, tem um comentário que é uma autêntica pérola.

Mas por partes. Resumidamente, a história passou-se num restaurante na cidade italiana de Florença, em Dezembro de 2000. Um cliente pediu uma pizza, e ao mastigá-la descobriu que não eram só os seus dentes que andavam de volta da pizza. Havia dentro da sua boca um dente que tinha vindo na pizza e que não era seu!! Evidentemente que perante a sugestão do restaurante em lhe darem uma pizza nova, a resposta do homem foi negativa – sabe-se lá o que poderia trazer a pizza seguinte!! O cliente levou o caso para tribunal e o restaurante foi punido com uma multa de 3000 euros. Esta é a parte divertida. A pérola chega na forma de comentário do advogado do restaurante: “É uma loucura”, reclamou Massimiliano Manzo – o advogado em causa – “Como pode o dono da pizzeria forçar os empregados a ir ao dentista todos os dias ou a colocar uma protecção nos dentes?”!! Ya, faz sentido, os porcos deixam cair os dentes para cima da comida, e mais sabe-se lá o quê, e os desgraçados dos que apanham com esse nojo à mesa têm de ser compreensivos... heeeelloooooooooooo!!!

A minha humilde opinião sobre um tema que não domino

Confesso que não percebo muito de política. E cada vez menos me interesso por perceber. Olhando para as notícias de hoje e das últimas semanas, vê-se que nem os políticos estão interessados na política, apenas estão interessados nos “poleiros”. Acredito que desde o 25 de Abril muitos tenham estado nessa situação, mas nunca como hoje foram tão assumidos. Se antes as pessoas diziam que os políticos prometem e não cumprem, hoje já não podem dizer isso. Hoje em dia não cumprem, porque já nem prometem! Mas isso é de andarem tão ocupados com ofensas e conversas de comadres.

Uma coisa interessante é o facto de apenas o PCP ter apresentado o seu programa. O CDS-PP apresentou os "galos" que gananciosamente querem subir ao "poleiro", tendo já um amigo para cada pasta (e não ponho em causa a competência de inúmeros deles – aliás, até tenho de admitir que o CDS-PP, enquanto partido de coligação no Governo, superou as expectativas de muito boa gente, ao se afastar das confusões e ao manter uma postura sóbria, responsável e decidida), sem no entanto mostrar em que cada um deles pode contribuir para o aumento do nosso bem-estar. Enquanto estes ainda vão mostrando algum trabalho (e num país bi-partidário, apenas no campo das hipóteses um dos partidos acima citados poderia chegar a Governo sozinho), o PS e o PSD perdem-se em disparates: ofendem-se directamente (o relaxado após o Bom-Bom Morais Sarmento a dizer que o Sócrates é vazio e é só marketing político – como se houvesse muitos actualmente a serem mais que isso!); enganam-se no que dizem (o Santana com os seus distraídos informadores a darem-lhe dicas erradas e ele a afundar-se mais ainda); depois não aceitam os pedidos de desculpas (mimados e ridículos); são os “acabados” que não param de dar palpites...

Enfim, uma série de situações que nada fazem pela política senão retirar-lhe todo o interesse. Por exemplo, qual dos políticos é que referiu um dado importantíssimo das sondagens que consiste em 80% dos inquiridos achar que os partidos são todos iguais? Isto sim para mim era útil de explorar, pois daqui sim se podem retirar ilações. Daqui e dos números de abstenção (lembram-se dos mais de 60%?). O que quer dizer que aqueles estarolas andam a dar o mau aspecto e passar a imagem estúpida que passam para uns poucos. Se calhar se se tornassem sérios, realmente preocupados com o trabalho que podem desenvolver em vez de se preocuparem com que amigo hão-de pôr em determinado cargo, talvez aí sim as pessoas se interessassem pela política, e talvez aí sim votassem activamente, e talvez aí sim tivessemos um Governo eleito pelos portugueses e não por uns portugueses.

E já agora uma sugestão: porque não perderem a mania dos demagogismos e dos floreados nos discursos, e falarem a sério sobre os temas importantes? Por exemplo, o défice. Este ano, com o “tira daqui e põe ali”, ficou nos 2,8%. Já desde os tempos do Guterres, e até antes, que vamos tendo algum défice. Eu vejo pelo meu caso: posso ter algum dinheiro de parte, mas ao ter todos os meses um défice nas minhas contas, vou acabar por chegar a um ponto em que se acabam as reservas, e a estabilidade aparente que fui criando, estala. Ora, num país não deve ser muito diferente. A manter as coisas como estão (que é todos os anos termos de recorrer a malabarismos para conter o défice), quanto tempo temos mais até ir tudo por água abaixo? E o que sucede nessa altura? Mais endividamento? Alguém me explique...

quinta-feira, 20 de janeiro de 2005

No dia 20 de Janeiro...

No dia 20 de Janeiro, mas de 1942, teve início a implantação, por parte dos oficiais nazis, da "Solução Final para o Problema Judaico". Em que consitia esta esta "solução"? No extermínio de todos os Judeus da Europa... Faz hoje 63 anos.

Fonte: Revista Morashá (Brasil)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2005

"Minds are like parachutes, they only function when OPEN"

Segundo notícia de hoje, Juan António Martinez Camino, secretário-geral e porta-voz da Conferência Episcopal Espanhola, anunciou que esta é a favor do uso do preservativo e que “ele tem o seu contexto numa prevenção integral e global da sida”.

Finalmente a Igreja desperta para estas questão, demonstrando um espírito mais aberto do que aquele que revelava até agora. Esperemos que seja um passo na direcção da actualização da Igreja Católica, actualização esta que se vem impondo de há tanto tempo a esta parte...

Como opinion leader de milhões no mundo inteiro, inclusivamente de novas gerações, a Igreja precisa de trabalhar no sentido de potenciar o amadurecimento de todos os seus fiéis, colocando de parte a repressão de instintos e o conceito de pecado, maximizando a abertura das mentes para a eliminação dos conflitos e dos preconceitos. Se o preservativo é “a” medida a tomar na luta contra a SIDA, porque há-de a Igreja ser contra?



Onde é que isto vai parar?

Aluno dá soco a empregada

Uma auxiliar educativa foi agredida com um soco nos lábios por um aluno, ontem de manhã, na Escola Básica 2,3, Joaquim Barros, em Paço d’Arcos, concelho de Oeiras, soube o CM junto de uma fonte policial.

In Correio da Manhã
(http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=146925&idselect=10&idCanal=10&p=94)

Este é o cabeçalho de uma notícia de hoje do Correio da Manhã. Acredito que se deve noticiar todas estas situações, pois são muito mais frequentes do que aquilo que julgamos. Aqui foi um aluno de 15 anos que deu um soco a uma funcionária de uma escola, porque ela o mandou calar, na benzoca zona de Paço D´Arcos. Outro caso que conheço passou-se à dois anos numa escola de Benfica, em que uma aluna também de 15 anos espancou uma professora, ao ponto de a mandar para o hospital. Estes são apenas dois exemplos de uma realidade que tantas vezes nos passa ao lado. E só nos passa ao lado, porque assim o desejamos. Porque, mais uma vez, temos memória curta.

Ora, actualmente, se um professor faz queixa de um aluno a um pai, este diz logo que não é possível “pois em casa ele porta-se tão bem”... ganha particular evidência o dito popular que afirma que “o pior cego é aquele que não quer ver”. Mas se os papás ultra-defensores dos seus rebentos puxarem pelas cabeças, vão-se certamente recordar de que quando andavam na escola faziam muitas coisas mal que os seus próprios pais nem nunca sonhavam: falsificavam assinaturas, baldavam-se às aulas, respondiam mal aos professores, fumavam às escondidas, diziam que iam dormir para casa de amigos e depois iam sair à noite, perdendo a virgindade quando os pais ainda os julgavam meninos... o que é que acham que mudou? Será que de repente, apesar de os pais cada vez terem menos tempo para dedicar à educação dos filhos, e de se substituirem por televisão, jogos de computador, amigos, apesar de tudo isto acham que se desenvolveu uma consciência moral colectiva em todas as crianças, e que estas, mesmo sem exemplos (e já para não falar nas que ainda têm maus exemplos: é o pai que bate na mãe e depois na rua são o casal maravilha, é um dos pais que engana o outro e discutem por isso, é um dos pais que bebe... tantos exemplos maus que hoje os pais dão aos filhos...), de repente começaram a distinguir o bem do mal e a agir segundo uma ética quase kantiana? Nem por obra e graça do Espírito Santo isto ia acontecer...

Mas o engraçado é que se os pais são chamados à escola e ouvem que os seus adoraveis rebentos ofenderam ou agrediram colegas, professores ou funcionários, não só não acreditam, como em alguns casos ainda repetem as ofensas e as agressões... isto gera uma enorme impunidade, e cria nos alunos um sentimento de prepotência, que os leva a que quando crescem um bocadinho e começam a ir à discoteca, agridam os porteiros que não os deixam entrar; vão ao jogo de futebol e agridem os polícias; na estrada agridem a Brigada de Trânsito (e por agressões entendo verbais e físicas).

Tudo isto criou o sentimento em que todas as pessoas acreditam que podem tudo. O problema é que isso é impossível... então, como defesa, origina-se o sentimento actual: eu posso tudo e os outros não podem nada! São os polícias que são suspensos se agridem um criminoso, são os professores que são despedidos se se defendem de uma besta de 15 anos que lhes está a bater, são as pessoas nas lojas que não podem responder aos clientes que por sua vez se sentem no direito de lhes dizer tudo o que lhes apetece... todas as pessoas acham que têm direitos, mas se só tivermos direitos, onde é que isto vai parar?

Apenas posso sugerir que eduquemos os nossos filhos, é uma responsabilidade que é nossa, não das escolas nem da televisão. E para isso vamos ser os primeiros a dar os bons exemplos. Vamos tentar ser educados, imparciais, ponderados, simpáticos... para que através dos nossos exemplos este tipo de notícias possa passar a ser parte do passado.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2005

Tenho pena não ter sabido antes...

... pois gostava de ter acrescentado isso no post anterior, em relação ao "traquinas" (para ser simpático) Príncipe Harry. Mas só soube agora, e como mais vale tarde que nunca, não resisti: a festa em que ele se vestiu de oficial nazi foi em casa de um amigo e o tema foi "Nativos e Colonizadores". Adorei, a fatiota do moço tinha tudo a ver com o tema!!!

O "Eterno Retorno"

Já Nietzsche falava num «eterno retorno». No entanto, não devia ser levado tão à letra...

A 2ª Grande Guerra acabou em 1945, o que quer dizer que se comemora este ano o 60º aniversário do seu fim. Será que os ensinamentos retirados desse monstruoso conflito já foram esquecidos?

Na época, Hitler aproveitou-se de um eleitorado descontente, com problemas graves de desemprego e qualidade de vida, para chegar ao poder, alegando que os males da sociedade eram causados pelos «piolhos» e «vermes», expressões que mais tarde substituíu por Judeus.

Hoje, Governos europeus utilizam os mesmos argumentos escondidos por detrás de uma retórica cheia de floreados e politicamente correcta para atingir da mesma forma o eleitorado. Os exemplos mais marcantes são o da Áustria e da Suíça.

Na Áustria, o Partido da Liberdade, que é de extrema-direita, é já o 2º maior partido político, tendo obtido nas últimas eleições 27% dos votos, apenas atrás dos social-democratas. Como? Na Áustria, 8% da população é já composta por estrangeiros, imigração esta que foi potenciada com as crises armadas e económicas dos países do leste Europeu (nomeadamente nos Balcãs). Assim, o jovem (para político – 49 anos) e telegénico líder do Partido da Liberdade, Joerg Haider, conseguiu sensibilizar mais de 25% do eleitorado com os seus discursos anti-imigração, bem como com o seu nacionalismo patente na sua opinião de que a globalização «destrói características nacionais austríacas e tira soberania do país, deixando-o nas mãos dos burocratas de Bruxelas».

Na Suíça, o SVP (o partido suíço de extrema-direita) atingiu 20% dos votos, mais 5% que em 1995, o que é um crescimento assinalável.

Se estes são os casos mais evidentes, outros existem: no estado de Saxônia-Anhalt, que fica em solo da ex-Alemanha Oriental, a União do Povo Alemão (DVU) conseguiu 13% dos votos, o que corresponde ao melhor resultado eleitoral da extrema-direita alemã desde a 2ª Grande Guerra. Também na Itália, Bélgica e França, os defensores do nacionalismo e xenófobia vão ganhando terreno.

Para citar o exemplo da França, o presidente do partido francês de extrema-direita Frente Nacional, que mais não é que o polémico Le Pen, voltou a fazer das suas ao afirmar que a ocupação nazi em França «não foi particularmente desumana». Vai mais longe ao afirmar que «se houve excessos, foram inevitáveis num país com 550 mil quilómetros quadrados». Le Pen acredita que «se os alemães tivessem multiplicado as execuções em massa em todos os países que ocuparam, os campos de concentração para deportados políticos não teriam sido necessários». De uma leitura em bruto das suas palavras, poderiamos depreender que os nazis até fizeram um favor aos que mandaram para os campos de concentração, pois cada um que para lá foi enviado representou menos um que foi morto imediatamente. O pior é que se a extrema-direita começa a ganhar território no continente Europeu, isto significa que cada vez mais pessoas começam a pensar desta forma.

Até em Portugal, um país com umas vincadas raízes de emigração, já se começa a criticar ferozmente os imigrantes de leste e brasileiros, sendo que há pessoas que acreditam que «deviam era ir todos para a terra deles» – quantas vezes não ouvimos nós esta expressão...

Já para não falar na política externa dos EUA, definindo uns países como o "Eixo do Mal" (transmitindo a imagem de que todos os habitantes desses países são violentos e frios terroristas) e proibindo os mexicanos e cubanos de passarem as suas fronteiras. (Aqui, abro um parentesis para expressar a minha opinião acerca das limitações à migração de pessoas: o que é que nós, espécie humana, somos? Apesar de dotados de inteligência, de capazes de pensar, falar, sentir, entre outras coisas que nos caracterizam, somos apenas mais uma espécie animal que habita o planeta Terra. Somos, no fundo, uma grande sucessão de acasos, que nos deram origem. Assim, não somos os donos do planeta, como tal, não o devíamos usar e abusar em nosso proveito próprio. Ao não sermos os donos, gera-se uma questão: com que direito estabelecemos fronteiras em algo que não nos pertence? A minha justificação, dada pela minha visão pessoal das coisas, e como tal a valer o valor que se decidirem dar, é que as fronteiras foram criadas pelos piores conquistadores. Por exemplo: ao desembarcarem no território da América do Norte, os conquistadores europeus depararam-se com os indígenas que já lá habitavam. O que aconteceu depois, é do conhecimento de todos: os indígenas foram mortos, os que não morreram colocados em reservas tal qual animais selvagens. E depois? Depois os conquistadores apressaram-se a colocar por escrito que aquela terra lhes pertencia e a delinearem as fronteiras, por forma a estarem salvaguardados dos que lhes pretendessem fazer o que eles haviam feito aos locais. Cá em Portugal passou-se o mesmo: D.Afonso Henriques, entre confusões e correrias, recebeu de oferta dos espanhóis um condado. Ao ficar com aquele pedaço de terra, que passou a ser seu, não se contentou – e para aqui não interessam os motivos – e começou a conquistar os territórios a sul. Foram eregidos, não apenas no seu reinado evidentemente, castelos e fortificações, com a “nobre” tarefa de proteger os territórios portugueses dos invasores. Invasores estes que a invadirem-nos, apenas nos estariam a fazer aquilo que antes haviamos feito a outros. E assim, sucessivamente, em todo mundo, os conquistadores derrotavam os povos mais pacíficos ou mais fracos, e logo de seguida estabeleciam fronteiras para oferecerem alguma resistência a quem lhes quisesse fazer o que eles já tinham feito anteriormente. Hoje em dia são vistos como heróis, mas no fundo, na sua maioria seriam apenas brutos sanguinários que derrotaram povos possivelmente mais avançados cultural e espiritualmente, apenas porque estes não orientaram o seu saber para a guerra. Toda esta lenga lenga para dizer que na minha opinião as fronteiras são más, pois antigamente, quando o ser humano era nómada, deslocava-se para os locais onde a vida era mais favorável. Hoje, mesmo os seres humanos que estão em locais onde a vida não lhes é possível (seja por secas, escassez de alimentos, catástrofes naturais, guerras, ou outros quaisquer motivos), estão presos por fronteiras que não são fisícas, que apenas existem no papel, por decisão de homens que não se mostram receptivos a alterações nesta condição.).

Toda esta minha dissertação teve origem nos devaneios de um jovem, inconsciente como tantos outros, mas com responsabilidades incomparávelmente superiores às da maioria: o Prícipe Harry. Numa festa de máscaras, achou por bem se mascarar de oficial nazi, o que para além de uma escolha de um extremo mau gosto, suscitou duras criticas por parte de oficiais das forças armadas britânicas, pois é suposto Harry tornar-se um oficial do exército britânico daqui a cinco meses. Doug Henderson, deputado trabalhista e antigo ministro das Forças Armadas, citado pela Sky News, afirma inclusivamente que "Se fosse outra pessoa, a candidatura já não era considerada. Deve ser retirada imediatamente”.

Fonte: Revista Morashá (Brasil)

Capa do jornal "The Sun"

Calma aí!!

Notícia de hoje no Portugal Diário: Bush não lamenta invasão do Iraque, em entrevista à ABC (ouvi o mesmo no Euronews, de manhã cedo). O Presidente afirma que «Aqui, nos EUA, e em todo o mundo, na ONU, muitos pensavam que Saddam tinha armas de destruição maciça»* e que «Saddam era perigoso e o mundo é agora um lugar mais seguro»*. Antes de mais, “muitos pensavam”? Desde que me conheço, sempre ouvi a expressão “a pensar morreu um burro”. E convenhamos, numa situação deste calibre, em que milhares morreram e milhões ficaram desalojados, como é que “pensaram”?! Tinham de ter a certeza, ou estou enganado?

Outra que gosto é a de que o mundo ficou um lugar mais seguro... aí, até concordo. Mas com algumas nuances... Ficou mais seguro para os EUA avançarem com a exploração do petróleo, sem o incómodo Saddam com o seu poder na região, mais os segredos que poderiam vir a lume caso este não estivesse preso e de bico calado. Ficou mais seguro especialmente por causa do que o ex-ditador poderia dizer acerca da cooperação do Iraque com Governo do Bush-Pai (esta expressão é linda... Bush-Pai... dá ares de dinastia, chique), dos testes de armas biológicas levados a cabo no território iraquiano, que causaram alguns “danos colaterais” (que é como quem diz “morreram umas centenas de inocentes, inclusivamente crianças, mas paciência”), das ligações de ambos os Bush com a família Real Saudita, da qual faz parte Osama Bin Laden (mais conhecido actualmente como o Anti-Cristo, sendo, nesta leitura, Cristo tudo aquilo que os EUA representam, evidentemente, nada tendo a ver como o Messias que veio à Terra para nos salvar), enfim, ficou tudo muito mais seguro agora que o Saddam está preso e impossibilitado de dar com a língua nos dentes.

Assim, em jeito de conclusão, podemos afirmar com certeza que o mundo dos que têm algo a esconder ficou muito mais seguro depois da invasão do Iraque. É pena é que nas palavras de George W. Bush se leia “mundo” como sendo o planeta inteiro. Ele referia-se ao “mundo” dele, aquele onde ele vive e se movimenta, que é outro mundo que não o nosso, é uma realidade distinta da do comum dos mortais. Assim, o problema é mesmo de interpretação: o mundo DELE ficou mais seguro, sem dúvida... quanto ao nosso, como diria a outra “isso agora também não interessa nada”.

* in Portugal Diário

quarta-feira, 12 de janeiro de 2005

As rectificações impõem-se sempre que necessário

Acaba de ser noticiado à hora de almoço, no telejornal da Sic, que a D. Lisete Pereira não terá de custear as despesas do segundo funeral dos filhos, pois o Ministério dos Negócios Estrangeiros assumiu a responsabilidade e tomou conta do caso. Fica aqui a rectificação, para repor a verdade.
De qualquer forma, em relação ao meu post anterior, ficam as críticas aos (maus) gastos de alguns dos nossos políticos, nas suas nem sempre bem fundamentadas viagens.

Há gastos explicáveis e gastos inexplicáveis

Lisete Pereira em Tribunal

Lisete Pereira senta-se hoje no banco dos réus, noticiou a SIC. A mãe de duas das vítimas do massacre do Ambriz, em Angola, responde no Tribunal de Setúbal por falta de pagamento do funeral do filho.

Depois da troca de corpos que obrigou à repetição dos funerais, Lisete entendeu que a responsabilidade no pagamento cabia, na segunda vez, ao Estado. Agora, a funerária processou Lisete por falta de pagamento.
in Correio da Manhã

Este caso, apesar de recente, já caiu no esquecimento (infelizmente, a memória colectiva é curta...). Mas apesar de não nos lembrarmos, a mãe das vítimas certamente se lembrará da dor de perder dois filhos, e do agravamento que foi na dor sentida saber que os corpos que enterrou e que chorou não eram os dos que perdeu, mas sim outros, por engano de algum funcionário do Estado Português. E teve de passar pelo sofrimento do funeral dos filhos uma segunda vez...

Não ponho em causa que estes erros não possam acontecer. Não deviam, até pelo facto de ser uma situação demasiado sensível, mas nenhum sistema é infalível, e aconteceu haver uma troca de cadáveres por parte de alguém. Há que tentar minimizar os efeitos do erro, só isso.

Se não por uma questão de assumir responsabilidades (que era o mínimo – alguém ao serviço do Estado português cometeu um erro, o Estado português devia assumir a responsabilidade que lhe compete, tomandos as medidas necessárias à resolução do problema), pelo menos por uma questão moral, não devia o Estado português assumir os custos de um funeral que foi repetido por sua culpa? Quanto custa um funeral? 1000 euros? 2000 euros? 4000 euros? Mesmo que tenha sido 5000 euros, não poderá o Estado português assumir o custo? Este é um custo para mim mais facilmente explicável que a viagem de luxo do Ministro Morais Sarmento a S. Tomé e Príncipe (que ainda por cima consta que apresentou a sua demissão por o Primeiro Ministro Santana Lopes ter considerado a situação “incómoda” – é ou não é estar a “fazer birra”? E já agora, podiam ter comentado que se descobriu recentemente petróleo extraível no mar de S. Tomé e Príncipe, e que Morais Sarmento levava uma mensagem confidencial da Galp para o Governo de S. Tomé e Príncipe... já na Idade Média os mensageiros eram bem tratados: heis o motivo do avião particular fretado e da estadia num resort de luxo) ou a multimilionária viagem do Presidente da Républica à China com uma comitiva digna de um rei (não só é a segunda visita oficial do Presidente da Républica à China, como ponho em causa os resultados que daí poderão advir – ou será que alguém pensa que por uns lambe-botas, peço desculpa, empresários portugueses irem de passeio, peço desculpa, viagem oficial, à China, que daí resultarão alguns benefícios à debilitadíssima economia portuguesa? Pelo contrário, pois li hoje num comentário à notícia do Portugal Diário que mencionava o caso da viagem do Ministro Morais Sarmento, uma estimativa de quanto poderá custar uma viagem deste calibre: cerca de dois milhões de euros. Confesso que não sei em que é que a estimativa se baseou, mas que não me custa a “engolir”, não custa... outra engraçada é que a comitiva real, peço desculpa, presidencial, chegou dois dias antes da recepção oficial. Foram para passear ou não foram?)

Mas enfim, a infeliz é que vai a tribunal...

terça-feira, 11 de janeiro de 2005

Ou é de mim, ou qualquer coisa não bate mesmo certo...

A história, aparentemente, é simples: há um tipo, que os médicos dizem que é psicopata, que matou uns quantos, crianças inclusivé. Foi preso. Saiu em precária por três vezes. À terceira não voltou. As autoridades procuram-o, mas não só ainda não o apanharam, como só ao fim de alguns dias de buscas é que os militares da GNR tiveram acesso a uma fotografia actualizada do foragido. O Correio da Manhã entrevistou-o na edição de hoje.

As minhas dúvidas são:

1 - Se um indivíduo é considerado culpado em tribunal de um triplo homicídio, se ainda não cumpriu a sua pena, e se nem é visitado pela família (o próprio diz não ter família, pois a que lhe resta ignora-o pelo que ele fez), porque motivo tem direito a sair em precária pelo Natal? Onde o iria passar e com quem?

2 - Se o indivíduo em causa é considerado perigoso, e se saiu da cadeia em precária, porque motivo não foi passada a todas as autoridades competentes uma fotografia sua actualizada, para o caso de vir a ser necessária (como foi!)?


3 - Como é que autoridades teoricamente competentes não o encontram ao fim de uns dias, mas o Correio da Manhã o entrevista (evidentemente terão sido os jornalistas a entrar em contacto com ele, pois um foragido não andará por aí dar entrevistas armado em jet-set)?

4 - Partindo do princípio que a entrevista é verdadeira, não terão os jornalistas do Correio da Manhã a obrigação moral de o entregar à polícia? Ou será que o sigílo profissional não lhes permite? E se não permite, é com base em que princípio moral e/ou ético que se deixa um assassino a monte, tendo possibilidades de o entregar às autoridades e assim previnir a ocorrência de outros crimes (pois já lhe são imputados alguns assaltos à mão armada na zona de Vila de Rei e Abrantes)?


5 - Partindo do princípio contrário, que a entrevista é falsa, com que direito o Correio da Manhã semeia o medo entre as pessoas ao publicar uma entrevista de um assassino foragido das autoridades a admitir que é um monstro e que pode voltar a matar sem nenhum problema?

6 - Se a entrevista é verdadeira, que autoridades se encarregarão de levantar um processo ao jornal e jornalistas envolvidos no encobrimento de um criminoso?


7 - E se a entrevista é falsa, que autoridades se encarregarão de levantar um processo ao jornal e jornalistas envolvidos numa mentira desnecessária e que pode gerar pânico?

Para uma consulta da entrevista ao foragido, bem como de uma notícia acerca das buscas das autoridades, abaixo seguem os respectivos links:

http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=145971&idCanal=181

http://sic.sapo.pt/index.php?article=14126&visual=3&area_id=1

"Bispo teme epidemia de gays", in Correio da Manhã

"Bispo teme epidemia de gays”

O arcebispo de Pamplona e secretário da Conferência Episcopal espanhola, Fernando Sebastián (na foto), acredita que dentro de pouco tempo vai declarar-se “uma epidemia de homossexualidade, fonte de problemas psicológicos e de frustrações dolorosas”.

O bispo afirmou ainda que, na sua opinião, “os homossexuais, com ajudas (psicológicas) bem dirigidas podem alterar completamente a sua orientação sexual”, ou seja a homossexualidade, no entender daquele prelado, é uma doença com cura.

in Correio da Manhã

Já eu gosto de ler estas coisas. Primeiro, muito mais perigoso que uma epidemia de gays é uma epidemia de bispos, arcebispos, e outros semelhantes que vêm em tudo o que foge ao que a Bíblia defende, uma ameaça ao seu poder, ao seu bem-estar, tomando medidas para eliminar tudo o que os possa fazer perder benefícios.

Este senhor preocupa-se com o aumento da homossexualidade. Homossexualidade esta que, para qualquer pessoa com cérebro próprio e não com um mero captador de opiniões alheias, sempre existiu. A diferença é que antes o poder da Igreja e dos seus ideais sobre a sociedade eram maiores, pelo que tudo era feito às escondidas. Hoje, com os avanços da ciência e com novas filosofias que abrem novas perspectivas às pessoas, que não o temor a um Deus que caso não seja obedecido nos castigará por toda a eternidade (eternidade essa que segundo tantos pura e simplesmente não existe), toda a gente se sente mais livre para viver uma vida com bem-estar, liberdade de escolha. São tão contra a Bíblia os homossexuais como as mulheres que não servem os maridos como escravas, optando antes por se dedicarem a uma carreira e a servirem-se a elas próprias. Estarão erradas? Então porque é que um homem ou uma mulher não pode escolher estar com quem lhe faz sentir bem, com quem lhe dá prazer?

Senhores como este deviam era preocupar-se com a pedofilia levada a cabo por padres, bispos, arcebispos (quem sabe se este próprio não terá telhados de vidro?); com as violações consumadas por tantos da Igreja; e já agora, se querem censurar, censurem os seus padres que fazem um voto de castidade e depois não o cumprem. Mentir é que é pecado, tentar ser feliz não!

Para terminar, anos de pesquisa de psicólogos dizem que a homossexualidade não é uma patologia. Já esta esperteza saloia, com a sua formação em teologia (se a tiver!!!), diz o contrário: não só é uma patologia como pode ser curada. Porque é que, com tantas capacidades em outras áreas, não descobre antes a cura para a SIDA? Muito mais importante que a "cura" para a homossexualidade...

Mais um caso efectivo de que a estupidez devia pagar imposto.

Este tipo de coisas lembra-me o Castelo Branco (esse também serve de caricatura para quase tudo...): sempre de Bíblia na mão, armado em bom cristão, mas a dizer mal de toda a gente, dando continuamente provas de ser cínico e intriguista.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2005

"O grande debate político nacional", por Clara Ferreira Alves

Mentia se dissesse que não gosto dela. É uma senhora que “os” tem no sítio. Assim, mais uma vez, reproduzo uma coluna de opinião de Clara Ferreira Alves, pois concordo com muito do que ela diz. Aqui fica, retirada do Diário Digital, do seu espaço a Cartilha, “O grande debate político nacional”:

A Cartilha
O grande debate político nacional
Clara Ferreira Alves

Não há dia em que não se abra um jornal ou uma televisão e não se atinja a grandiosidade do debate político nacional. Ele é o senhor Pôncio Monteiro e os seus desaforos e desconvites, ele é o Professor Cavaco que se sente ofendido por estar num cartaz do seu partido como ex-Primeiro-Ministro, ele é o estranho caso das listas de deputados e do seu irremediável rol de inúteis, videirinhos e oportunistas, ele é o estranho caso dos cabeças-de-listas que de cabeça só têm esta (e por esmola dos donos dos partido), ele é o défice mais os putativos candidatos a resolver o problema do défice, ele é o mergulho do ministro Morais Sarmento na ilha do Príncipe como tema da semana, ele é, alargada e redonda como uma esfera vazia, a estupidez do país que temos.

Mais uma campanha eleitoral e mais um dinheirão para nos convencerem de que são uns melhores do que os outros mas, será que acreditamos que uns são melhores do que outros? No meio desta medonha incompetência e vassalagem, do desfile de figuras secundárias aprumando-se para os novos chefes e os novos empregos, o que sobra? É provável, e é certo, que existe gente competente com a noção de serviço público, é provável e é certo que alguma dessa gente seja chamada a servir mas, até agora, onde está uma ideia, um desígnio, uma atitude? Onde está, por favor, a grandeza desta política partidária?

Tudo o que vemos e lemos é o regateio de postos, as desculpas hipócritas, as vinganças servidas frias, a indexação das mediocridades do costume, as personagens menores em bicos de pés insultando e insultando-se, e Portugal reduzido a uma arena de pancadaria política de baixo tom.
Nenhum partido, até agora, apresentou uma ideia de jeito, e a campanha eleitoral vai ser isto, o trocar de trocadilhos e piadas, a brejeirice de velhos compadres que se conhecem há anos e se apertam as mãos amigas quando as luzes se apagam. Todos se atacam, e todos se governam. Protegem-se de eleição para eleição, com o cuidado de quem protege a sua obra inacabada. O debate é nulo, o verbo é deficiente, o vocabulário é insuficiente, a gramática é inexistente.

E até o professor Cavaco começa a preocupar-se com o cartaz, quando nós pensávamos que ele se preocupava com o País.

10-01-2005

sexta-feira, 7 de janeiro de 2005

A negra visão da Ford sobre o futuro

“A Ford preparou para o Salão Automóvel de Detroit um protótipo denominado Synus, o qual emprega a mesma arquitectura do Fiesta. Apesar das suas dimensões compactas, aquele que se pretende um citadino para o ano 2010, destaca-se pelas suas formas quadradas e robustas, inspiradas nos veículos blindados. Como tal, a questão da segurança é levada muito a sério: as pequenas janelas laterais e o tejadilho não se abrem e são à prova de bala e a parte traseira não tem vidro de todo. O motor do Synus foi «emprestado» pelo Mondeo e trata-se de um 2.0 Duratorq de 134 cv de potência. Em relação ao interior, a característica que mais se evidencia neste protótipo é o ecrã LCD – o maior alguma vez montado num veículo. Nele, é possível navegar na Internet, ver filmes ou então, através de câmaras, ver o que se passa fora do Synus. O Ford Synus poderá ser apreciado, pelo público em geral, entre os dias 15 e 23 de Janeiro.”
In AutoHoje OnLine (07/01/05)


Isto é que é ter esperança no futuro... actualmente as marcas lançam pequenos automóveis mais confortáveis, espaçosos, com grandes superfícies vidradas para aumentar a luminusidade interior e consequentemente o bem-estar dos ocupantes, numa atitude que a Citroen tão bem personificou no lançamento do seu best-seller C3, ao adoptar o slogan “A vida é bela”.

Já a Ford discorda, e acha que o citadino do futuro (que nas suas previsões nem é assim tão distante, pois é apontado como “um citadino para o ano 2010”) deve ter pequenas janelas à prova de bala e design inspirado em nos veículos blindados. Será o futuro assim tão negro? Eu espero que não...

Eu também quero uma indemnização!!

E tenho dito!! Só ainda não sei bem é porquê... mas eu penso em qualquer coisa. Ora, se o Paulo Pedroso, apesar de ser continuamente mencionado por testemunhas do mega-processo da Casa Pia (mega no sentido em que já não se aguenta... despachem o raio do julgamento, os que forem mesmo pedófilos - que para além de crime é uma doença do foro psicológico - são capados e acaba-se, os que não são vão para casa e também se acaba) como pedófilo, quer pedir uma indemnização ao Estado (e com razão, porque quem tutela as escolas é o Estado, e é por demais evidente que quem o acusa não aprendeu nas escolas que fazer queixinhas dos outros é muito feio - a culpa, em última análise, é dos professores... os professores não os educaram e agora é o pobre deputado que se lixa. Então ele não lhes tinha dito para manterem o bico fechado? Desobedientes, os putos!!!...); Agora, até a mãe da falecida/desaparecida/por todos esquecida Joana está a ponderar pedir uma indemnização por maus tratos (e também com razão, porque dar pistas falsas à PJ e gozar com toda a gente, não é assim tão mau, comparado com uns chapadões que ela possa ter levado... quer dizer, a pobre senhora só mentiu às autoridades e está indiciada do assassinato da filha. Se ainda fosse alguma coisa grave, como por exemplo se ela fosse um arbitro e tivesse anulado um golo do Benfica, compreendia-se, mas não sendo, claro que acho que ela tem direito à indemnização). E eu também quero!! E vou pedir!! E tenho dito!!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2005

Não deixa de ter a sua piada, independentemente de estar relacionado ou não...

Quais são as três figuras ditas famous portuguesas que recorrem, sem o esconderem, ao Botox? O Castelo Branco, a Cinha e a Tia Lili. Pois é, e os três falam à benzoca, pensava eu que era por serem chiques e glamorous. Não é (ihihihihih)!

“O Botox é uma versão purificada da toxina do botulismo que evita a formação de rugas ao ser injetado na pele.”
(in
http://noticias.terra.com.br)

Ora, a toxina do botulismo provoca “Sintomas neurotóxicos que incluem visão dupla, dificuldade para engolir, dificuldade para falar e paralisia flácida e progressiva do sistema respiratório”
(in
http://higienedosalimentos.com.br)

E ainda “As autoridades de saúde da Flórida confirmaram que três dos quatro pacientes que ficaram doentes após um tratamento com Botox em uma clínica de Fort Lauderdale estão com botulismo.”
(in
http://noticias.terra.com.br)

Aqui está a explicação para os nossos pseudo-famosos falarem à benzocas.

Brincadeiras à parte, é verdade que, à semelhança de muitos outros medicamentos, também o Botox é feito a partir de uma “doença”, em doses pequenas, obviamente. Doença esta que é injectada nos enrugados ricos, para que fiquem bem “engomadinhos”. Devido aos brutais lucros que origina, duvido que esta temática dos efeitos secundários venha a ser muito explorada e noticiada.

Já agora, e a título de curiosidade, “no caso dos EUA já são mesmo conhecidas "festas de Botox", onde os interessados se reúnem para levar as injecções e confraternizar.” (in Sic Online)
Pode, uma coisa destas?!